quarta-feira, 6 de outubro de 2010

SEREIAS MULTIFORMES

 
As sereias, dentro de suas múltiplas habilidades, podem trocar de forma. A imagem mais comum na Antiguidade Clássica, foi a de mulher-ave, conhecida  também como Harpia, para só na época medieval por ser convertido em mulher-peixe. A sereia-harpia, cuja imagem apresenta um rosto de mulher e o resto de uma ave de rapina, personifica as  
tempestades e a morte, sendo encarregada de raptar os seres humanos para logo oferecê-los ao deus do inferno. Esse ser aparece descrito por Homero e sobrevive na época de São Isidoro, mantendo-se inclusive ate o século XII nas representações das igrejas romanas, porem já não são vistas na arte gótica.
     Há também, alguns relatos que uma sereia pode desintegrar sua cauda de peixe e converter-se em uma mulher de aspecto completamente humano. Para Nancy Arrowsmith, quando viajam pelo mar, só podem tomar a forma de Mulher-Peixe ou Golfinho e se o fazem pelo ar, aparecem como gaivotas ou águias (essa é uma qualidade mais própria das nereidas). Sua altura habitual é de um metro e meio. São muito belas e adoram jóias e pedras preciosas. Como os restos das fadas dormem durante todo o dia e somente é possível vê-las ao amanhecer ou pôr-do-sol.


As sereias se encontram em todo o litoral do Mediterrâneo espanhol, mas também na Atlântico (aparecem na costa brasileira também), pois  seus principais palácios estão próximos das ilhas Açores. Raras vezes são encontradas em mar aberto, pois gostam de aproximar-se das desembocaduras dos rios e das rochas da costa. O pente de ouro e o espelho são seus atributos mais comuns, mas em algumas partes da Europa também usam um véu, um bolso e tem um cinturão. A posse de qualquer desses objetos permitem ter o controle sobre a sereia, podendo inclusive casar-se com ela. Dentro de suas características genéricas estariam o dom da profecia (que lhes permitem proferir maldições), a sugestionabilidade de sua voz (que lhes permitem hipnotizar através dela) e a necessidade de possuir uma alma e filhos. Muitas são as lendas (Livros de Enoch) que dizem que as sereias tem sua origem no mundo Humano, nos dando a comprovação da maldição proferida por uma mãe a sua filha. Seriam as sereias, nada mais do que mulheres humanas em sua origem, mas que acabaram convertidas em espíritos da natureza. Esse fato seria bastante significativo, pois explicaria varias de suas reações: buscam o contato com o homem para casar-se com ele ou para matá-lo, buscam possuir uma alma que 
 
perderam quando passaram para esse estado sobrenatural, podem converter-se com facilidade em mulher com membros e aspectos humanos, não manifestam nenhuma aversão aos símbolos cristãos e sua estatura é maior que das outras fadas. O Frances Benoít de Mallet publicou, no ano de 1755, uma volumosa obra dedicada as sereias, onde recolheu todo o tipo de lendas relacionadas com elas, chegando a conclusão que eram seres de uma raça humana primitiva, praticamente desaparecida, assinalando sua presença desde a terra do fogo ate Madagascar.


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