quarta-feira, 6 de outubro de 2010

LENDAS SOBRE AS ORIGENS DAS SEREIAS



Essa é uma lenda contada em Cantabria (Espanha) sobre a origem da sereia: “Uma jovem muito linda, de alva pele, esbelta tinha o costume de percorrer as íngremes escarpas da costa para pescar mariscos e também satisfazer a sua paixão de cantar. Foi repreendida varias vezes por sua mãe para evitar uma possível desgraça e para moderar-se em suas ininterruptas  fugas. Porem a jovem, fazendo ouvido de mercador, nunca levou em conta os pedidos da mãe. Muito pelo contrario , considerava os conselhos da mãe empecilhos que deveriam ser burlados e se deleitava a tagarelar suas canções sobre os penhascos, embriagada de euforia. Porem, a mãe cansada e farta com tanta desobediência, em um momento de raiva lhe lançou a seguinte maldição: “- Assim permita Deus do Céu que te transformes em peixe! “E, imediatamente a bela jovem fugitiva transformou-se em uma belíssima mulher com rabo de peixe”.
 Desse conto surgiu uma famosa cantiga que já foi muito popular: 

“ A SEREIA DO MAR É UMA MOÇA MUITO MÁ QUE POR UMA MALDIÇÃO A COLOCOU  DEUS NA ÁGUA. SEREIA DO MAR, NATURAL DE SANTANDER, POR UMA MALDIÇÃO LEVAS NOME DE MULHER. MEU DESTINO É SER AMANTE DE UMA SEREIA DO MAR, POIS AMAR NÃO PODEREI NUNCA MULHER ALGUMA MORTAL”.

Há uma outra canção muito conhecida pelo folclore montanhês:

“VI ENCALHADA UMA SEREIA NA PRAIA DO PUNHAL; EU ME APROXIMEI DA AREIA E ELA BUSCAVA O MAR”.
Sabe-se que todo aquele pescador que consegue capturar uma sereia recebe uma recompensa de Lantarão, o rei-tritão  do Cantábrico, um presente especial: o direito de casar-se com ela. Para isso, o pescador deve beijar em seguida a sereia, cujo o rabo de peixe se transforma imediatamente em belas pernas. Em seguida, a sereia entrega seu espelho que deve ser escondido de forma que ela possa achá-lo, pois, se isso acontecer, o feitiço termina e ela voltará a transformar-se  em sereia e deve regressar ao mar. Essa, sempre teve a esperança de retornar ao seu lar, muito embora não queira dizer que não amem seus maridos humanos. Na Catalunha não existe a idéia da maldição, porem de soberania. Joan Amadis comenta que habitam em magníficos palácios submarinos, cheios de fantásticas riquezas, muito iluminados, onde se servem deliciosos manjares e se ouvem acalentadoras musicas. A sereia sente uma grande paixão pelos homens e cada noite, quando o mar esta tranqüilo e há uma boa claridade da lua, sai à flor das águas e entoa canções de doçuras incomparável, acompanhando-se as vezes com um instrumento da corda. Como quase todas as lendas, também na Catalunha, a sereia foi em principio humana, muito bela e  vivia em povoado pequeno da costa, passando horas em frente as águas do mar Mediterrâneo absorta em seus pensamentos. Todas as propostas de casamento que recebia eram recusadas de forma sistemáticas por que, consciente de sua grande beleza, não podia se casar com um homem que não fosse tão bravo e valente como o mar. Um belo dia subiu num barco para estar em contato mais próximo do mar e acabou naufragando. Posteriormente, se supõe que, com o passar dos anos, lhe saíram escamas e rabo de peixe, transformando-se em sereia. Talvez, por essa razão tenha o costume de acabar com a vida dos marinheiros ou de provocar tempestades e marre-motos.
 

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