Os antigos marinheiros que regressavam de terras e mares distantes freqüentemente contavam sobre sereias e mulheres do mar. As sereias apareceram nas lendas mais velhas de algumas das mais antigas civilizações do mundo, rendo origem em adoração de deuses de muitas mitologias. Os Babilônicos, os Filisteus e os Sírios adoravam deuses com caldas de peixe (Oannes, Derceto e Atargatis, respectivamente). Sereias também aparecem em moedas fenícias e coríntias. Posseidon e Netuno, na mitológica Greco-romana, também eram descritos como sendo metade homem, metade peixe, o mesmo vale para Tritão. Lendas ao redor da Alexandre o grande descreve como ele visitou o fundo do oceano num globo de vidro e teve muitas aventuras ao lado de belas sereias. Plínio conta que um oficial de Cesar Augusto viu numerosas sereias “arremessadas à costa e mortas”numa das praias de Gália.
A visão das sereias como seres divinos mudou com a chegada do cristianismo. O ícone da sereia segundo seu pente e espelho foram primeiramente retratadas na Idade Media, vindo representar para a igreja a vaidade, o desejo e beleza feminina, causadores da destruição do homem e da alma cristã. De um status quase divino, as sereias ocasionalmente assumem a forma humana durante uma noite para participarem de festejos celebrados em alguma aldeia. Algumas vezes, um homem tirava-lhes a capa ou o cinto mágicos, impedindo-as de retornar aos mares, acarretando invariavelmente em desastre.
Casamentos entre seres humanos e sereias raramente acabavam bem, embora muitos povos do litoral, principalmente no Nordeste da Escócia e na comualhia, tenham afirmado que entre antepassados se encontravam sereias. Na Idade Media algumas distintas famílias francesas chegavam a falsificar suas árvores genealógicas para poderem afirmar serem descendente da sereia Melusina, mulher de Raymond, um parente do Conde de Poitiers.
jovens, por exemplo, possuía presas de javali ao invés de dentes, e ficou conhecido como Geoffrey “Le Grand Dente”, conhecido também por seu temperamento violento.
Raymond e Melusina viveram felizes por muitos anos. Um sábado, porem, induzido pela maledicência de seu pai e irmãos, Raymond espreitou sua mulher durante o banho e teve uma inacreditável visão: da cintura para baixo Melusina ainda era a bela mulher de sempre, mas da cintura para baixo ela estava transformada com uma calda de peixe (em algumas versões era uma cauda de serpente). Mesmo chocado pela visão, Raymond não mencionou nada a respeito. Certo dia, Melusina e Raymond foram informados que dois de seus filhos , Geoffrey e Fromont haviam lutado e que Fromont buscou refugio em um monastério próximo. No entanto, Geoffrey, num acesso de raiva, colocou fogo no monastério, matando não só seu irmão como centenas de monges que lá se encontravam. Raymond. Irado pela noticia, culpou Melusina pelo temperamento incontrolável da Geoffrey. Durante a discussão ele demonstrou saber a verdadeira natureza de Melusina, acusando-a de ter contaminado a nobre raça humana. Imediatamente após as palavras de raiva, Raymond implorou por perdão, mas já era tarde demais. Melusina o lembrou que ele havia quebrado seu voto. Melusina partiu, transformada, e Raymond nunca mais a viu.
De acordo com as lendas Francesas, Melusina pode ser vista nos arredores de Lusinia e outros castelos onde nobres e reis vivem, chorando e gritando sempre que algo trágico esta para a acontecer para a família. Ela se tornou um arauto da morte. A lenda Francesa de Melusina (ou melusine) se tornou tão popular que em meados de 1500 o historiador Frances Jean d Arras recebeu ordem do Duque de Berry para registrar toda informação possível sobre Melusina. Jean d Arras levou anos pesquisando e coletando material para seu maior trabalho : Choronique de Melusina, se tornando o mais antigo texto escrito sobre o mito de Melusina. Após sua morte, seu outro trabalho também foi publicado: Le Liure de Melusine en Francoys. O trabalho de Arras aumentou a popularidade do mito e não demorou para que numerosas versões da lenda de Melusina fossem publicadas em diferentes línguas.
Romântico. Aquele de mente cientifica fizeram de tudo para afastar a crença no mito da sereia, entretanto no século dezenove ocorreram os maiores casos de avista mentos. Como as auroras da ciência também vieram os tempos das fraudes. O aproveitamento mais rendoso do mito das sereias deve ter sido a de um taxidemista londrino que, cerca de 1830, confeccionou um ser hediondo que afirmou ser semi-peixe, semi-homem. Foi exibido na cidade de Londres e vendido a dois irmãos italianos por cerca de 10.000 libras. Um naturalista da época afirmou que se tratava somente de um macaco costurado numa pele de peixe.
A combinação macaco-peixe foi também a base de um florescente comercio de sereias através do qual os pescadores japoneses aumentaram seus rendimentos. Muitas destes espécimes chegaram ate a Europa para serem exibidos em circos e feiras. Tais sereias ficaram conhecidas como sereias Fiji e ainda podem ser vistas em alguns museus de curiosidades. Embora certamente o mito da sereia remonte da deuses de civilizações primitivas, não se pode negar a influencia que certos animais marinhos, principalmente aqueles com aparência análogas ao homem, devam ter tido para formação do mito. Independente de sua origem, o mito da sereia não desaparece facilmente. Ainda em 1961 o Departamento de Turismo da Ilha de Man, na Grã-Bretanha, ofereceu um premio para quem trouxesse do mar uma sereia viva!
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